quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
CALAR
Eu veou me calar!
E não vou dizer coisa alguma: nenhuma palavra deve haver nas bocas sepultadas. Morro sem silabas,como se fosse muda toda linguagem.
E como quem já não fala, estou voz de calada, estou ruminante de velhas frases! Mastigando alfabetos,remoendo crases dos meus dicionarios incapazes, pois me desfiz das palavras. Por que tenho que dizer alguma coisa ? Pra que tenho eu que dize-las ?
Se meus olhinhos silenciosos gritam mais que todas as vozes, gemem alto corpo coro, declaram e berram, e se exprimem entre um verso inexprimivel e outro: pois para os olhos,são indispensáveis as Bocas...
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